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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nós e a Bíblia


“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, corrigir e para educar na justiça, afim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2 Tim 3,16-17)

Dentro de nossas Igrejas discute-se a relação do povo com a Bíblia. É bem verdade que o homem tem fome e sede da palavra de Deus, mas em contrapartida, existe um grande desinteresse pelos escritos sagrados, considerados antigos e de difícil compreensão. Realmente, o ato de ler a Bíblia não é simples, e requer de nós fé em Jesus Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. As pessoas não percebem quão atual são os textos bíblicos, pois não conseguem contextualizar o que Deus diz através de seus profetas e apóstolos, ou seja, para compreender a palavra divina é necessário que o homem veja a Bíblia como um espelho, e que as personagens representam cada um de nós, em suas virtude e falhas.
Isso tudo me recorda o Zé, um rapaz humilde, morador de uma pequena cidade no semi-árido Nordestino.
Numa das várias vezes que regressava de esgotantes caminhadas a procura de água, Zé deparou-se com um senhor bonachão à porta de um ônibus, que convocava homens de força nos braços e dispostos a trabalhar, a seguirem com ele rumo aos roçados de cana-de-açúcar do interior de São Paulo. Prontamente nosso amigo apresentou-se ao selecionador que logo viu em Zé um bom empregado. Mas, quando Zé preparava-se para embarcar foi segurado por um homem que lhe disse:
_ Sou um pai de família, dê-me esta chance de poder saciar a fome de minhas crianças e assim garantir suas vidas. Em nome de Cristo, eu lhe suplico!
Zé não era cristão e pouco ouvira falar de Jesus, mas atribuía a Ele uma frase que logo lhe veio à mente: “Ninguém tem maior amor do que aquele que da a vida por seus amigos.” (Jo 15,13). O jovem olhou para aquele pai desesperado e embora se sentisse tentado pela oferta de trabalho, cedeu seu lugar ao amigo de tanto tempo.
O ônibus partiu, e, em meio à poeira da estrada, Zé ainda podia ver o aceno de agradecimento daquele pai. Triste, porém conformado, o rapaz retomou a sua rotina.
Algumas horas após a partida, aquela cidadela recebeu a noticia de que o ônibus se envolveu em um acidente e que todos os viajantes haviam morrido.
Meses depois, a cidade, apesar do luto, vibrava com a novidade: uma multinacional instalou-se nas proximidades, recrutando jovens como Zé, para trabalhar com salário fixo e condições dignas de garantir um futuro.
Esta estória nos mostra como a Palavra de Deus esta viva e inserida em cada um de nós, mesmo naqueles que a desconhece. Somente o que sai da boca de Deus pode operar milagres grandiosos como os ocorridos com Zé, que mesmo sem entender acreditou, seguindo o sublime exemplo de Maria: ela quando não compreendia os fatos ocorridos com seu filho guardava tudo em seu imaculado coração.
Neste caso em particular somos convidados a fazer-mos o mesmo: preservar o irmão, e dar nossa própria vida, no entanto, vale lembrar que dar a vida pelo irmão não significa necessariamente morrer por ele. Dar a vida é também ajudar a quem precisa.


Por: Vanessa Rodrigues

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